Para você MULHER

"Na infinidade da vida onde estou, tudo é perfeito, pleno e completo... Eu me amo. Portanto perdoo e liberto totalmente o passado e todas as experiências passadas. Eu estou livre... vivo plenamente o presente... Tudo é perfeito, pleno e completo..." Louise L. Hay

segunda-feira, 5 de março de 2018

Depoimentos

Depoimentos sobre os nossos encontros do SER - Um Círculo de Mulheres em 2017.


Camila do Nascimento 

Depoimento sobre a experiência do Círculo de Mulheres
Que emoção! Eu tive a honra de participar de todos os encontros e vivenciar momentos únicos de aprendizado e transformação interior.
Cada encontro me fez dar um passo a mais no caminho do autoconhecimento para a mulher que eu sou. A força do círculo me proporcionou mágicos aprendizados com uma troca muito positiva de experiências, histórias, alegrias e emoções. Compartilhando estes momentos com outras mulheres que também seguem esse caminho em despertar sua força interior.
Foi incrível me permitir expandir minha percepção sobre vários aspectos que constituem minha vida, despertar para minha força interior como mulher, reconhecer os papéis que assumo em minha trajetória como mulher, honrar e agradecer por minha ancestralidade que me permitiu chegar até aqui, trazer mais leveza e prazer para meus momentos de lazer e direcionar meu poder para o meu crescimento, procurando amadurecer em cada nova experiência.
Traduzo essa experiência com a palavra EXPANSÃO, abrindo espaço em meu coração para desenvolver meu potencial como mulher.
Sorayah e Luh Keler sou muito grata por participar destes encontros que são direcionados com muito respeito, conteúdos intensos, dinâmicas, danças, alegria e sobretudo amor! Gratidão por este maravilhoso círculo que me acolhe e promove momentos de reflexões. 


Gabriela Oliveira

O Círculo de Mulheres desde o primeiro encontro me mostrou que não seria uma simples reunião de mulheres, mas sim uma nova proposta de vida. O círculo me apresentou um novo olhar, um olhar amoroso para minhas dificuldades, meus anseios, minhas qualidades e para tudo que me gera sofrimento. Aprendi a honrar meus ancestrais, minha história e a de todos os seres.
Somos um círculo de confiança, de renovação, de amizade e de muito amor. Nós nos unimos para aprender, compartilhar, rir, chorar, dançar, nos apoiar, ouvir e ser ouvida, viver a sororidade. Mulheres curam mulheres e hoje levo por onde vou este legado, da mulher empoderada que pode sim curar suas próximas, sim pode fazer e estar onde quer da forma que quer e que pode sim se amar e se aceitar livre de qualquer preceito. Gratidão a este círculo uma egrégora maravilhosa! Gratidão a nossas mestras, mulheres incríveis So e Lu !!!!


Renata Alvarez

Conheci a Professora de Yoga e amiga Sorayah numa fase conturbada de minha vida.
Meu início, no Espaço Dharma Prem, se deu nas aulas de yoga, até que, posteriormente, a oportunidade de participar do Círculo de Mulheres me foi apresentado.
Minha reação imediata foi achar que eu não me encaixaria, não me sentiria à vontade, que não estava pronta... porém, estava totalmente equivocada. Resolvi tentar, pois, a vontade de dar a volta por cima, graças a Deus, foi maior que meus medos...
Lembro-me, que estava tudo pronto para o primeiro círculo e a expectativa era grande, tão grande que adoeci e não pude participar...
Bom.... isso foi só no primeiro encontro, porque, felizmente participei de todos os outros, durante todo o ano de 2017! Fiquei muito feliz por ter concluído esse ciclo até o fim!
A participação no Círculo de Mulheres para mim foi revelador.... Cada sessão amadureci, percebi, dentre outras coisas, o quanto estava equivocada sobre mim.... Aprendi a importância da auto responsabilidade, do não vitimismo..., poder interior...enfim.....tanta coisa...
Confesso que chorei muito, muito mesmo... não foi um caminho fácil... mas, valeu a pena!
A verdade é que eu me permiti participar do Círculo de Mulheres, não me sabotei, me permiti durante uma tarde de sábado, uma vez ao mês, me conhecer, aprender, crescer, chorar, rir, me comover com o relato de outras mulheres que, como eu, buscam uma vida plena, consciente, responsável, leve....e JUNTAS, compartilhamos histórias, vivências e, após cada sessão, eu ficava mais à vontade.
As sessões do Círculo de Mulheres são muito bem organizadas, estruturadas, com propósito definido, as organizadoras Sorayah e Luh Keler são extremamente comprometidas e responsáveis, de forma que, tudo o que ocorre nas sessões é meticulosamente preparado por elas para um objetivo maior.
Eu me sinto privilegiada em ter participado do Círculo de Mulheres no ano de 2017 e, agradeço muito, por todo o carinho, aprendizado e acompanhamento.
Gratidão Sorayah e Luh Keler!


Alequissandra Melo

A todas, minha eterna gratidão. De cada uma levo uma mensagem que guardo no coração e de cada círculo, uma reflexão.
Nossos encontros representaram para mim o DESPERTAR, uma nova forma de olhar para mim e para o mundo, não sabia que podia desconstruir e hoje vejo que é essencial para uma vida plena e feliz. 
De todos os encontros, o último foi o mais marcante, como foi difícil puxar na memória as coisas que me dão prazer, prova da minha total displicência comigo mesmo.
Do círculo, levo comigo o compromisso de dar a mim a prioridade que dou as pessoas que amo.
As nossas Mestras; é impossível descrever o quanto tem representado para eu seguir esta jornada com apoio e carinho de vocês. NAMASTÊ...


Ana Caroline Curcio Inonhe

CÍRCULO DE MULHERES... Sempre tive curiosidades de participar de um, sem entender direito o que significavam. Então tive a oportunidade de ser convidada a participar do Círculo de Mulheres no Dharma Prem, por saber que as idealizadoras eram Sorayah Sanntos e Lü Keler não tinha dúvidas que seria bom, só não imaginava que supriria minhas expectativas.
Na verdade não foi nada como eu pensava rs. Sei que há milhares de Círculos e que cada um tem suas intenções, visões e metodologias, mas para mim, esse trabalho foi um presente para a vida. Pensei muitas vezes que nos encontraria uma vez por mês e faríamos desabafos sobre assuntos diversos (principalmente aqueles que não estamos bem), ou que seriam apenas momentos de descontração para esquecer um pouco do mundo “aqui fora”, porém foi muito mais profundo e enriquecedor.
Os encontros aconteceram 1 vez ao mês onde éramos recebidas com uma decoração impecável fazendo todo o sentindo para o assunto que seria tratado, cada dia era um tema diferente, e um aprendizado imenso...
Foram muitos temas abordados e cada um ia completando o outro mês a mês. Não era um “Clube da Luluzinha” e nem uma “Roda de lamentações”, pois não havia espaço para vitimismo ou falta de empatia, mas cada encontro nos fazia olhar para si, lembro-me que no terceiro encontro após o círculo tinha a sensação de não estar me sentindo bem, e depois de refletir um pouco percebi que na verdade eu estava passando pelo maior processo de descobrimento sobre eu mesma, afinal nunca tinha me dado a oportunidade de olhar tão profundamente com tanta sinceridade para a minha vida. 
Gostei de todas as atividades, a forma como nos apresentávamos, o compartilhamento do chá, a escolha do tema, as dinâmicas, reflexões, momentos de silêncio e as danças circulares, nunca tinha dançado e nas primeiras vezes foi um misto de insegurança e medo do desconhecido, mas com o tempo aguardava amorosamente por esse momento, no último dia um misto de alegria e gratidão me tomou e dancei de uma forma que nem me sentia na terra, mas flutuando em algum lugar.
O círculo me impactou de tal maneira que percebi um amadurecimento em várias aéreas da minha vida que tenho certeza que não teria maturidade suficiente para lidar sem aqueles encontros mensais que me desenvolviam tanto, citando apenas algumas situações:
- A forma que assumi as responsabilidades em tudo o que faço, sem sentir culpa ou arrependimento de nada, mas sim olhando tudo com sinceridade em todos os âmbitos familiar, emocional, profissional, acadêmico e pessoal.
- Também passei a aceitar que as escolhas das outras pessoas podem ser diferentes da minha e que isso não me cabe mudar nem julgar, porque o que os outros fazem não diz respeito a minha verdade, não é a minha história.
 - Ainda pude sentir a força de honrar minha ancestralidade, sempre tive um  bom relacionamento familiar, mas algo mais profundo me tocou com um sentimento que nunca senti, nesse tempo perdi também minha avó, uma semana antes desse tema, e ainda assim tive força de sentir gratidão naquele momento, ela se foi com 99 anos, desfrutou de boa saúde até o último dia de vida e isso me deixou muito feliz, por tudo o que ela pode ensinar para toda a família, e ainda tudo que consegui nos passar de tantos anos atrás, pois vivia nos contando histórias que sua avó contava, coisas de mais 200 anos atrás, como não sentir amor em uma despedida assim.
Enfim, não tenho palavras suficientes para agradecer essa oportunidade de ter participado de todos os encontros, apenas sou GRATA por todo o círculo que me fez saber lidar com meus sentimentos em cada aérea da minha vida, e tornando mais madura ou sabendo reconhecer minhas falhas e não julgando a vida e a história dos outros.
Namastê!


Silvana Pilão Ferreira

Na minha busca de autoconhecimento e de respostas comecei a perceber a poderosa energia que se forma quando esse grupo de mulheres se senta em círculo, uma verdadeira roda de cura. E, assim tem sido no SER, nosso Círculo de Mulheres. Não há hierarquia, todas somos iguais, livres para compartilharmos nossas dores e vitórias. O fluxo da energia flui com uma suavidade e impregna cada uma de nós. Cada experiência partilhada reverbera e ressoa em meu coração e, isso é uma prova de que sempre é possível conectarmo-nos umas às outras à partir desses encontros.
Acredito que a cada círculo me torno muito mais forte, mais empenhada, mais engajada, mais obstinada porque sou colocada à prova de forma suave, muito especial e isso tem despertado em mim potencialidades até então latentes. O véu vem se descortinando pouco a pouco.
O círculo me remete à minha ancestralidade, trazendo a lembrança de mulheres muito fortes de uma forma mágica. Isso tem sido muito especial e importante. Sentir a ligação de cada uma delas comigo e entre todas e, especialmente, estar integrada a elas. É sempre um momento de reverenciá-las.   
Entendo que por questões culturais e a uma sociedade voltada a resultados, viemos nos desconectando do nosso verdadeiro feminino. Reprimimos nossa ligação com a Terra, com seus cuidados, ciclos e mistérios.
O SER vem me trazendo exatamente isso: um resgate ao feminino ferido, emoções reprimidas que precisam de espaço e dessa dedicação para restabelecer, passo a passo, minha saúde física, emocional e espiritual.
Agradeço às Queridas Sorayah e Luh pela forma amorosa e respeitosa como conduzem esse grupo.
“Somos muitas mulheres em uma só.
Somos todas as mulheres.
Somos a voz da terra, da alma, do útero, do profundo do mar.
Somos aquela mulher que não conhecemos.
Somos a mulher que quer conhecer os segredos do feminino essencial.”
Por Paloma Bastos


Aline Oliveira Costa

Ser mãe é uma opção pessoal  e, eu, optei por ser, ou melhor, tentar ser. Deparei-me com uma dificuldade inimaginável de poder gerar uma criança. Nesta descoberta senti certa angústia pessoal, e um vazio emocional muito grande, uma sensação de fracasso, de que há algo em nós que foge das nossas mãos e que me envolvia em um estado completamente indefeso, onde existia a baixa estima que estava me conduzindo a uma tristeza profunda. Questões drásticas surgiam como: onde foi parar minha essência? Quando desconectei de mim mesma? Porque me sinto menos mulher que as outras? Será um castigo? E eis que surgiu o convite para conhecer e participar do Círculo de Mulheres do Dharma Prem. Convite este, que veio em uma hora pra lá de boa! Era um momento que o meu eu clamava por mudar percepções, experimentar novas sensações, ampliar as visões.
Hoje, depois de ter participado de muitos encontros, eu sinto o Círculo de Mulheres como um espaço sagrado, e um grande útero, onde uma nova forma de ser mulher e ser gente está sendo gerado.
O Círculo é um encontro, uma vivência profunda, um espaço onde me sinto acolhida e a cada encontro saio fortalecida. O Círculo tem o poder de curar, unir, ser campo de escuta, choro, risadas gostosas, dançar livre, ouvir o próprio corpo, a alma o silêncio .....
Descobri o quão sagrado é ser mulher e estar dentro deste Círculo é possível nos acolhermos mutuamente, praticando uma das coisas mais belas de um Círculo, a SORORIDADE, que é a irmandade entre mulheres.
Em cada encontro mergulho em minhas águas profundas visando resgatar o tesouro da minha essência.
Minha gratidão eterna as Mestras Sorayah Santos e Lu Keller, que desenvolvem este trabalho com tanto amor, dedicação e afinco.

quarta-feira, 22 de fevereiro de 2017

A volta do culto a Grande Mãe foi favorecida pelo movimento feminista, pelo despertar da consciência ecológica, pelas novas teorias científicas que veem a Terra como um todo vivo (a hipótese Gaia), pelas novas descobertas e reavaliações arqueológicas e antropológicas, pelo reavivar das antigas tradições xamânicas e práticas nativas, pela necessidade dos rituais, pelo retorno da astrologia e dos oráculos e pelo surgimento da psicoterapia, das terapias naturais e alternativas. O caminho para encontrar a Grande Mãe em uma de suas múltipla manifestações - seja como a toda abrangente Mãe Terra, seja como uma das numerosas deusas existentes em várias mitologias e tradições - é diferente das outras sendas  espirituais praticadas no mundo atual. Não existem organizações ou templos formais, não há dogmas ou sacerdócio organizado. Para vislumbrar ou encontrar a Grande Mãe, precisamos apenas abrir nossas mentes, descartar os preconceitos e os condicionamentos socioculturais e criar para Ela, um espaço sagrado em nosso coração e em nossa vida.
Observar as imagens das deusas, ler sobre suas lendas e mitos, descobrir e praticar rituais, são apenas algumas das maneiras de trazer de volta, para nossa memória e consciência, o antigo poder e valor do Divino Feminino. Este é, na verdade, o caminho para o fortalecimento da mulher, fazendo-a sentir-se mais confiante e segura, encontrando motivo de orgulho, realização e poder em sua essência feminina. Também os homens poderão ser incentivados a descobrir, perceber, revelar e expandir sua anima, seu lado sensível e emotivo, completando, assim, sua personalidade e abrindo novas portas de comunicação e colaboração com suas parceiras.
Ao restabelecer o ponto de equilíbrio na balança das polaridades feminina e masculina, poderemos celebrar e nos alegrar com o retorno da Grande Mãe, não como um substituto para o Deus Pai, mas como sua consorte, sua complementação perfeita, levando à união dos opostos para a criação de um mundo de paz, amor e harmonia. Esse é o verdadeiro significado do Hiero Gamos, o "casamento sagrado" que cria a unidade, concilia diferenças, apara arestas e integra polaridades do Pai Céu à Mãe Terra, gerando um mundo novo para um novo ser humano.

Mirella Faur. O Anuário da Grande Mãe: guia prático de rituais para celebrar a Deusa. São Paulo: Alfabeto, 2015.

segunda-feira, 20 de fevereiro de 2017

Círculos são para nós, mulheres, que ao abrir um espaço na cultura ocidental de orientação masculina nos distanciamos do nosso saber feminino e nos moldamos na forma firme, rígida, pró-ativa, linear, racional e competitiva do mundo masculino. Nos círculos integramos a força assertiva do yang com o coração compassivo do yin no vale das possibilidades femininas. Renovamos nosso espírito e celebramos o poder da mulher que, enraizada em seus mistérios, sana sem mais demora as feridas da Terra, promove a igualdade entre os povos e a paz através da cultura.[...]
Como sabemos que o Princípio da Criação está retornando? Vemos isso através da sobrevivência, tenacidade e crescimento do movimento de mulheres. O movimento das mulheres emergiu no século que passou através de duas vertentes principais,cujo ímpeto propiciou uma significativa mudança na consciência feminina.
Uma vertente, o feminismo político, inspirado pelo insight crucial de que o feminino pessoal é político. O yang do yin. A outra vertente, da espiritualidade feminina, yin do yin, que invoca o retorno da Deusa e reconecta a mulher moderna com a herança dos mistérios sagrado femininos.
Ao longo das últimas décadas estas duas vertentes fluíram de uma forma independente, às vezes polarizada. Mulheres politicamente ativas, ativistas, muitas vezes considerando qualquer movimento relacionado à espiritualidade e à jornada da essência feminina como indulgência narcisista, na condição de mulheres em busca de sua jornada interna, muitas vezes sem disposição e coragem para assumir responsabilidades pelo destino da humanidade.
Hoje as duas vertentes sentam em círculo, tecem, remendam, costuram o tecido da irmandade feminina. Mulheres politicamente ativas começam a se abrir para práticas da espiritualidade feminina. Estas práticas nutrem as almas das irmãs ativistas inspirando-as a novas formas de ser e atuar no mundo. Mulheres buscadoras de crescimento transpessoal começam a ouvir o apelo de serviço planetário, se dando poder e força ao aplicar sua sabedoria intuitiva na transformação social.

prefácio de May East - Jean Shinoda Bolen, M.D. O milionésimo círculo: como transformar a nós mesmas e ao mundo. Um guia para Círculo de Mulheres. São Paulo: TRIOM, 2011.

quinta-feira, 16 de fevereiro de 2017

O encontro em círculos é muito importante para as mulheres modernas porque esse tipo de encontro elimina a hierarquia e propicia um espaço seguro e protetor, que evoca as formas femininas - o ovo, o ventre grávido, o seio nutriz, o abraço carinhoso, o abrigo de uma gruta - símbolos perenes, sagrados e naturais. Em círculo, todas são igualmente vistas e ouvidas, pois cada mulher à mesma distância do centro, sendo a distribuição e recepção igualitária de energias, ideias, iniciativas e ações a própria definição de círculo. Para mulheres, é mais fácil participar de um círculo porque a sua forma natural e habitual de pensar é circular e espiralada, diferente do pensamento linear masculino. Na concepção do sagrado feminino, é mais natural compartilhar o poder do que lutar para se apropriar dele.

Mirella Faur. Círculos Sagrados para mulheres contemporâneas. Práticas, Rituais e Cerimônias para o Resgate da Sabedoria Ancestral e a Espiritualidade Feminina. São Paulo: Pensamento, 2011.

quarta-feira, 8 de fevereiro de 2017

O círculo é um símbolo antigo e universal, que representa a unidade e a totalidade; tem uma forma perfeita e infinita, sem começo nem fim, que caracteriza a continuidade.
Ele é um dos padrões energéticos fundamentais do mundo natural, observado nos ciclos solares e lunares, na Roda do Ano, na mandala da vida e das encarnações, no movimento giratório dos centros de força do ser humano (cujo nome em sânscrito – chakra – significa ‘roda’), na eterna e permanente passagem do tempo. Nada é estático, tudo se movimenta e muda, a espiral contínua da transformação se reflete na vida cíclica do Todo, onde tudo renasce, se desenvolve, alcança a plenitude e diminui até desaparecer, para depois renascer.
O movimento dos corpos celestes; a dança das estações; as mudanças de luz e sombra, de pressão e umidade, de calor e frio, de expansão e retração se refletem na vida cósmica e humana, no macro e no microcosmo. Por ser o círculo a forma pela qual as energias universais se integram, ele se tornou o símbolo mais antigo e fundamental da humanidade. [...]
Apesar da presença evidente ou sutil do círculo na nossa vida e realidade, perdemos a habilidade para o pensamento circular, pois na nossa cultura a linha reta é o modelo certo, o próprio conceito judaico-cristão de tempo linear. A história é vista como uma sequência de eventos, sem dar atenção aos ciclos do ‘eterno retorno’. Na percepção ocidental, o tempo corre para a frente, por isso pensamos, planejamos e nos movimentamos apressadamente, sem prestar atenção naquilo que se passa ao nosso redor, sem perceber os movimentos cíclicos da vida e da Natureza. Somente aceitando e praticando a interação com o universo, tendo a percepção dos processos cósmicos e telúricos, poderemos nos alinhar com as energias naturais e viver de uma maneira mais plena, saudável, harmônica e feliz.
A reunião em círculo de pessoas que compartilham os mesmos objetivos e interesses é uma maneira ancestral e sagrada de provocar transformações pessoais e coletivas.


Mirella Faur. Círculos Sagrados para mulheres contemporâneas. Práticas, Rituais e Cerimônias para o Resgate da Sabedoria Ancestral e a Espiritualidade Feminina. São Paulo: Pensamento, 2011.

segunda-feira, 6 de fevereiro de 2017

E se, na verdade, não importa o que você faz e sim como você faz, seja lá o que for?
Como isso mudaria o que você decidiu fazer com a sua vida?
E se você pudesse ser mais presente e ter uma atitude mais acolhedora com cada pessoa que encontrasse, se, em vez de estar fazendo um trabalho que achasse importante, estivesse trabalhando como caixa de uma pequena loja ou recepcionista de um estacionamento?
Como isso mudaria o modo como você quer passar seu precioso tempo neste planeta?
E caso sua contribuição para o mundo e a conquista da sua felicidade não dependam da descoberta de um novo método de rezar ou de uma técnica de meditação mais adequada, nem de ler o livro certo ou comparecer ao seminário apropriado, e sim de você realmente ver e apreciar profundamente a si mesmo e ao mundo como eles são neste momento?
Como isso afetaria sua busca de crescimento espiritual?
E se não houver necessidade de mudar, de se transformar numa pessoa mais bondosa, mais presente, mais amorosa ou mais sábia?
Como isso afetaria todos os aspectos da sua vida em que você está sempre procurando ser melhor?
E se a tarefa for simplesmente desabrochar, se tornar quem você realmente é — uma pessoa meiga, bondosa, capaz de viver plenamente e de estar apaixonadamente presente?
Como isso afetaria a maneira como você se sente quando acorda de manhã?
E se quem você é essencialmente agora for exatamente o que você será sempre?
Como isso afetaria o modo como você se sente em relação ao futuro? E se a essência de quem você é e sempre foi for suficiente?
Como isso afetaria a forma como você vê e se sente em relação ao passado?
E se a questão não for: por que é tão raro eu ser a pessoa que realmente quero ser, e, sim, por que é tão raro eu querer ser a pessoa que realmente sou?
Como isso mudaria o que você acha que precisa aprender?
E se o fato de nos tornarmos quem realmente somos não acontecer através do esforço e da tentativa, e sim por reconhecermos e aceitarmos as pessoas, os lugares e as experiências que nos oferecem o calor do estímulo de que precisamos para desabrochar?
Como isso determinaria as escolhas que você faz a respeito de como quer viver o momento presente?
E se você soubesse que o impulso para agir de uma maneira que irá criar a beleza no mundo surgirá bem no seu íntimo e servirá de orientação sempre que você simplesmente prestar atenção e esperar?
Como isso daria forma à sua quietude, seu movimento, sua disposição de seguir este impulso, de apenas se soltar e dançar?


Oriah Mountain Dreamer. A Dança: acompanhando o ritmo do verdadeiro eu. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.